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Varizes

O que são?

Varizes são veias que, devido a um funcionamento anormal, mudam suas características e se tornam mais aparentes, dilatadas e tortuosas. 

Para compreender melhor como elas se formam, é preciso entender como funciona a nossa circulação. 

Quando o coração se contrai, ele bombeia sangue no interior das artérias. Essas, por sua vez, levam o sangue rico em oxigênio e nutrientes para todo o corpo. Depois, esse sangue retorna ao coração através das veias. Dessa forma, a função das veias dos membros inferiores é carregar o sangue do pé de volta ao coração. 

Essa tarefa não é fácil porque o sangue precisa vencer a força da gravidade que empurra ele para baixo; o peso de toda a coluna de sangue que está acima dele e a pressão intra-abdominal muitas vezes aumentada devido à obesidade, gravidez, entre outros motivos (lembre que o sangue está a caminho do coração e para isso passa pela barriga). 

Para ajudar nessa jornada, as veias possuem válvulas que são como portas internas, as quais se abrem quando o sangue sobe e se fecham para impedir que ele desça. Contudo, quando essas válvulas falham e não se fecham de forma efetiva, o sangue acaba descendo em direção ao pé, causando um aumento de pressão no sistema. Isso é chamado de insuficiência venosa ou refluxo venoso.

Esse sangue que não retorna ao coração se acumula nas veias das pernas, que se dilatam para armazená-lo. E, ao se dilatarem, as suas válvulas funcionam ainda menos, aumentando o refluxo. 

As veias dilatadas e insuficientes são então chamadas de varizes.

Mas, por que isso acontece?

Varizes são uma doença genética. No DNA (material genético) da pessoa com varizes, existem genes que determinam veias mais frágeis e propensas ao mau funcionamento de suas válvulas. Isso é herdado dos pais e avós, significando que o maior fator de risco para ter varizes é o histórico familiar.

Modernamente, tem se falado muito em Epigenética, que é a influência dos comportamentos pessoais e estilo de vida na manifestação do que há no material genético. 

É como se no seu DNA existissem vários gatilhos, mas quem ativa eles é você mesmo. Em outras palavras: são as atitudes diárias que desencadeiam o que está armazenado no material genético. 

Os principais gatilhos que ativam essa doença são: número de gestações, obesidade e sedentarismo. Há ainda outros fatores que não estão bem definidos, como o tabagismo, o uso de anticoncepcionais e a reposição hormonal.

Quais os principais sinais e sintomas das varizes?

Assim como a sua forma de apresentação, o tratamento das varizes também varia bastante. É importante um diagnóstico completo através de uma consulta detalhada, exame físico minucioso e exames de imagem, como o Ecodoppler e a realidade aumentada, para sabermos a real dimensão do problema e onde ele começa. 

 

Fazendo uma analogia simples, a rede venosa superficial (onde se formam as varizes) é como uma árvore: existe um tronco principal que representa a veia safena; os galhos mais grossos seriam as varizes, os mais finos simbolizam as microvarizes e as folhas significariam os vasinhos.  

Então, se o tronco está doente, não podemos começar o tratamento pelos galhos. Assim como, se cortarmos apenas as folhas de uma árvore, logo elas brotarão novamente. 

Feito o diagnóstico, é traçado um plano de tratamento personalizado e focado nos objetivos do paciente, sempre visando a melhora dos sintomas, o embelezamento da perna e o seu bem-estar geral. 

O tratamento das varizes mudou muito nos últimos anos com o surgimento de técnicas menos invasivas e mais resolutivas. Grande parte dos pacientes pode ser tratada no consultório de forma confortável, sem a necessidade de anestesia ou repouso, voltando as suas atividades logo que saem da clínica.

Muitos pacientes que não tiveram suas varizes tratadas no passado, quando a única técnica disponível era a cirurgia convencional, hoje também podem ter o problema tratado de forma satisfatória. 

Abaixo estão listados os principais tratamentos para varizes que temos a sua disposição. Vale lembrar que, na maioria das vezes, precisamos usar mais de uma técnica para chegar ao resultado esperado. Voltando a nossa analogia da árvore: não podemos cortar um tronco robusto e uma folha com o mesmo instrumento. 

Segue uma breve explicação sobre formas de tratamento das varizes e vasinhos:

Escleroterapia Líquida

Procedimento10

Essa técnica consagrada é popularmente conhecida como secagem de vasinhos. Funciona através da aplicação de um agente esclerosante nos vasinhos, que causa a destruição da camada interna do vaso com seu posterior desaparecimento. Tem bom resultado quando os vasinhos não são alimentados por veias maiores.

Laser Transdérmico

Procedimento9

Essa técnica é interessante para ser usada em vasinhos muito finos, até mais finos que a agulha de escleroterapia ou para pacientes com fobia de agulha. Trata-se de uma forma de energia que, ao entrar em contato com um cromóforo alvo, é transformada em calor. O Laser é aplicado sobre a pele e, ao encontrar o sangue (cujo cromóforo e o pigmento vermelho – hemoglobina) no interior do vaso, vai aquecê-lo a altas temperaturas, causando uma queimadura na parede interna da veia (dano térmico irreversível). Esse equipamento tem baixa afinidade pela pele (cujo cromóforo é o pigmento marrom – melanina), por isso, o risco de queimadura na mesma é muito baixo.  Mas, por segurança, usamos um dispositivo resfriador de pele, que sopra um ar gelado (-30 graus C).

Escleroterapia com Espuma

Procedimento8

Nesta técnica, transformamos um medicamento líquido (Polidocanol) em uma espuma densa através da agitação sob pressão entre duas seringas e uma torneira 3 vias. Ao ser injetada, a espuma expulsa o sangue e fica mais tempo que a forma líquida em contato com a camada interna do vaso, causando uma agressão mais intensa e duradoura. Ela pode ser usada em vasos de qualquer calibre, desde vasinhos até a veia safena, nessa última ela deve ser guiada por ultrassom. É uma técnica muito versátil que traz resultados excelentes quando bem indicada. Também é muito utilizada em pacientes com quadros mais avançados, já com comprometimento da pele e úlceras venosas. 

CLACS (Cryo-Laser Cryo-Sclerotherapy)

Procedimento7

Essa técnica associa o Laser transdérmico, a escleroterapia líquida e o resfriamento de pele. A junção do Laser com a escleroterapia provoca uma sinergia que aumenta muito a potência do método. É uma técnica muito utilizada para tratamento de microvarizes e veias nutridoras – aquelas que causam e alimentam os vasinhos.

Ablação Térmica com ENDOLASER

Procedimento6

Técnica considerada padrão-ouro para tratamento de veia safena insuficiente em que uma fibra óptica é introduzida no interior da veia, posicionada em sua porção inicial e guiada por ultrassom. Já na localização ideal, o Laser 1470nm é acionado, cauterizando a veia que se torna uma cicatriz fibrótica e posteriormente é absorvida pelo organismo. Essa técnica veio para substituir a cirurgia convencional de veia safena, na qual ela era retirada através de cortes na pele. As vantagens são menos hematomas, tempo de repouso e riscos de complicações.

Flebectomia

Procedimento2

É a cirurgia convencional para varizes em que os trajetos varicosos são retirados através de pequenas incisões na pele. O tamanho da incisão vai depender do tamanho das varizes a serem retiradas. Se muito fina ou microvarizes, podem ser retiradas através de um mínimo orifício de agulha. Já as mais calibrosas, necessitarão de incisões que variam de 1 a 5 mm. A escleroterapia trans-operatória é quando realizamos a escleroterapia líquida no momento da cirurgia, aproveitando a anestesia e evitando o possível desconforto desse procedimento.

ATTA – Ablação térmica total a Laser

ATTA

Essa é uma técnica muito recente que, graças ao surgimento de fibras ópticas ultra-finas, permite não só o tratamento da veia safena com Endolaser, mas também o tratamento das varizes. Ou seja, sem a necessidade de flebectomias. Dessa forma, o tratamento passa a ser ainda menos invasivo e sem nenhum corte na pele.

Veinviewer

Equipamento Veinviewer 2

As técnicas diagnósticas melhoraram muito nas últimas décadas. Um exemplo disso é o Veinviewer ou realidade aumentada. Esse equipamento é uma câmera de filmagem infra-vermelho que consegue captar a imagem do sangue em veias finas até 1 cm de profundidade e projetar na pele em tempo real. Isso permite uma perfeita visualização de microvarizes e veias nutridoras, facilitando o tratamento.

As opções de tratamento também melhoraram muito, principalmente, com a aplicação do Laser transdérmico e Endolaser para tratamento de veias safenas. As escleroterapias com espuma também enriqueceram muito o arsenal terapêutico. 

Esse conjunto de novas tecnologias que proporcionam tratamentos mais resolutivos e menos invasivos é chamado de Flebologia Moderna.

Bem-vindo à modernidade no tratamento das varizes!

Cirurgião vascular reconhecido por sua vasta experiência no tratamento de varizes.

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